O projeto Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações, realizado entre os meses de junho e dezembro de 2016, teve como objetivo guardar a memória da organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, desde a candidatura do Rio de Janeiro a cidade-sede até a conclusão do evento e a discussão de seus impactos e legados. Buscou-se preservar a memória do processo de organização desse megaevento no Brasil, garantindo fontes de informações para futuros pesquisadores e interessados.
A atividade central do projeto foi a reunião e sistematização de fontes de informação. Assim sendo, suas principais tarefas foram a construção de um repositório de fontes diversas, e também a realização de um programa de história oral, que resultou em um banco de depoimentos. Além disso, o projeto incluiu a organização de um seminário e a produção de publicações sobre o tema. Todos esses produtos estão disponíveis aqui neste site.
O repositório é um grande acervo de referências: ali estão indexados cerca de quatro mil documentos, entre notícias, documentos oficiais, imagens, legislação, trabalhos acadêmicos e outras fontes de informação e de análise. A intenção foi reunir uma diversidade de documentos e, logo, uma pluralidade de dados e perspectivas sobre o assunto.Nesse mesmo sentido, o projeto também se dedicou a gravar depoimentos de atores envolvidos no processo de organização dos Jogos Rio 2016, bem como daqueles que foram impactados pela sua realização.
Associados à Copa do Mundo FIFA 2014, à Copa das Confederações FIFA 2013, ao XV Jogos Pan-americanos e III Jogos Parapan-americanos Rio 2007 e, ainda, ao 5° Jogos Mundiais Militares – Rio 2011, os Jogos Rio 2016 completaram “a década dos megaeventos esportivos” no país, em especial no Rio de Janeiro. Entre tantos temas que tomaram essas diversas agendas de debates, estavam, por exemplo, o desempenho de nossas seleções; as modificações urbanas especialmente no Rio de Janeiro; a imagem do Brasil no exterior, a capacidade de nosso país em realizar um evento deste porte e, por fim, e com grande destaque, o(s) legado(s).
Nesse conjunto de questões, entretanto, pouco apareceu a preocupação com a preservação da memória dos processos de construção e realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos – exceto quando se fala nas competições em si. No entanto, realizar eventos deste porte coloca em jogo uma série de investimentos em logística, infraestrutura, comunicação, políticas públicas diversas para além daquelas voltadas para o esporte, entre tantas outras áreas. Assim sendo, pensar a memória desses megaeventos esportivos deveria abarcar todo esse universo complexo ao qual sua realização está relacionada. É justamente nesse ponto que o projeto Preservação da Memória das Olimpíadas: projetos e ações, gestado pela Fundação Casa de Rui Barbosa e coordenado por esta instituição em parceria com a Escola de Ciências Sociais/CPDOC da Fundação Getúlio Vargas (FGV), procurou atuar.