Um esforço ‘olímpico’ de preservação da memória

O projeto Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações,realizado entre os meses de junho e dezembro de 2016, teve como objetivo guardar a memória da organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, desde a candidatura do Rio de Janeiro a cidade-sede até a conclusão do evento e a discussão de seus impactos e legados. Buscou-se preservar a memória do processo de organização desse megaevento no Brasil, garantindo fontes de informações para futuros pesquisadores e interessados.

“A gente sabe de nossa capacidade, mas as pessoas lá fora não sabem. A entrega [das Olimpíadas] é um elemento fundamental para mostrar a nossa modernidade, por exemplo. Para mostrar que a gente tem capacidade, que a gente tem know-how, que a gente tem profissionais habilitados e comprometidos. O mundo pode confiar na gente. A gente tem capacidade de fazer.”

Marcelo Pedroso Presidente em exercício da Autoridade Pública Olímpica (APO) Veja os depoimentos em vídeo

“O ideal defendido pelo COI é que você tenha uma programação de cultura olímpica, ou seja, que a atividade cultural seja um processo de engajamento para os jogos e que ocorra ao longo de quatro anos. Isto, efetivamente, acho que nunca teria acontecido, porque lá atrás, há sete, há seis anos, você deveria estar trabalhando jánessa programação de cultura e, efetivamente, não estava. Aí tem a nossa falta de capacidade de planejamento, da área pública de modo geral, e tem Copa do Mundo no meio do caminho, tem eleição, um monte de processos... Em relação à programação dos Jogos, quando você chega a uma coisa mais prática, isso já é final de 2013.”

Marcelo Velloso Superintendente de Cultura, Eventos e Turismo da Autoridade Pública Olímpica (2014-2016) Veja os depoimentos em vídeo

“O Brasil nunca chegou perto de organizar um evento desse tamanho, dessa dimensão, desse escopo, com tantos entes envolvidos no processo. Eu acho que seria arrogante dizer que a APO coordenou todo esse processo de governança. A despeito de essa ser uma das nossas missões, quer dizer, ajudar no processo de governança, mas acho que tinham entes com protagonismos e hegemonias importantes. O que a gente fez foi tentando ajudar nesse processo. Acho que fica um legado, sim. Acho que fica um legado de aprendizagem.”

Juliana Carneiro Diretora técnica de Operações e Serviços da Autoridade Pública Olímpica (2014-2016) Veja os depoimentos em vídeo

“A verdade é que se a gente quiser trabalhar direito, a gente consegue. Eu acho que a gente conseguiu mostrar um pouco isso. Quando se há o desejo real de que aquilo aconteça, o Brasil – e aí eu estou falando especificamente dos governos – consegue realizar. Tanto a própria APO, que é essa experiência de consórcio tripartite, de três entes, que nunca houve, é uma experiência com as suas dificuldades, mas eu acho uma experiência que pode ser aproveitada em várias outras áreas. Acho que, talvez, o legado institucional maior, falando especificamente de um dos legados, é esse: essa possibilidade real que a gente viu acontecer de grupos trabalharem em conjunto para um mesmo tema, o que dá uma agilidade impressionante.”

Danielle Nigromonte Gerente da Diretoria de Integração da Autoridade Pública Olímpica (2015-2016) Veja os depoimentos em vídeo

“A Copa do Mundo é muito mais dinheiro do que legado. O COI também tem essa dimensão muito forte do negócio, mas ele tem um discurso e uma cobrança em torno do legado que é muito mais forte. Então pode ser até que, na prática, do ponto de vista de negócios, os dois se equivalham, mas do ponto de vista da agenda, a agenda do COI é muito mais marcada pela questão do legado.”

Ricardo Leyser Ministro do Esporte (2016) Veja os depoimentos em vídeo

“Conseguimos fazer um processo e uma entrega de alto nível, mas isto só foi possível com uma articulação permanente. Você não monta isso do dia para a noite. Nós tivemos a experiência da Copa. Foi exitosa. Muitos atores que estavam atuando na Copa já estavam aqui – do governo federal, da prefeitura do Rio, do governo do Rio, das forças de segurança – ou seja, você olhava para todo lado e via técnicos, atores que já tinham atuado na Copa ou já tinham atuado no Pan. Muita gente que tinha atuado no Pan estava trabalhando diretamente na organização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Então, você tinha, também, o material humano ali. Você tinha um acúmulo já. Isto facilitou muito uma integração do trabalho feito pelos entes, porque o conjunto de atores já estava ali, no projeto do Pan ou da Copa do Mundo.”

Joel Benin FALTA CARGO Veja os depoimentos em vídeo

“Sempre fez parte do mundo olímpico a manifestação política. Não dá para você isolar num laboratório os jogos olímpicos ou paraolímpicos. Eles fazem parte da realidade do país e eles são contaminados por ela. Mas a contaminação pode ser positiva.”

Mário Andrada Diretor executivo de Comunicação do Comitê Rio 2016 Veja os depoimentos em vídeo

“As ameaças à Vila Autódromo vêm desde a década de 1990. Quando vieram os mega-eventos, vieram as ameaças mais fortes. Eles encontraram o motivo ideal: veio a mentira de que a Vila Autódromo impedia a realização do mega-evento.”

Sandra Maria Moradora da Vila Autódromo Veja os depoimentos em vídeo

“Na verdade, quando você tem gente que enxerga, de ambos os lados, as melhorias, e que não sejam usados como massa de manobra, você, na verdade, poderia estar melhorando para todo mundo. Em Magalhães Bastos, ninguém se deixou usar como massa de manobra. Todo mundo se uniu e lutou junto. Agora, o caso da Vila União foi muito claro. Na verdade, a obra da Transolímpica só traria benefício para quem mora ali, porque, na verdade, eu não estoureassentando uma família a vinte quilômetros, trinta quilômetros, quarenta quilômetros... A gente está reassentando as famílias em condomínios do Minha Casa, Minha Vida que ficavam próximos à comunidade. Ou seja, as pessoas não perderiam seus vínculos, as crianças continuariam estudando em escolas da região, as pessoas seriam atendidas nos postos de saúde daquela região, continuariam, na verdade, frequentando o comércio daquela região... Então, é muita radicalidade, para você perder a oportunidade de ter um benefício para todo mundo.”

Alexandre Pinto Secretário Municipal de Obras na gestão de Eduardo Paes Veja os depoimentos em vídeo

“Um país se afirmando. A única potência emergente no Ocidente. BRICS, soberania, Lula como um líder mundial. Era a hora do Rio de Janeiro, mesmo, de botar a cabeça do lado de fora. Se foi bem feito, mal feito, aí é outra avaliação. Mas eu acho que essa crítica aos grandes eventos é uma coisa meio atávica, de gostar do pequeno, do amador. Não tem uma racionalidade estratégica, não. Ah, gastar muito dinheiro! Mas entra dinheiro, também. São momentos em que as cidades se recompõem, se atualizam.”

Juca Ferreira Ministro da Cultura Veja os depoimentos em vídeo

Linha do Tempo

Essa cronologia contempla o período de 2006 a 2016, permitindo uma visão dos 10 anos de realização de megaeventos na cidade do Rio de Janeiro, começando desde o período de preparação para os Jogos Panamericanos de 2007.

Além dessa perspectiva de processo, relacionando as Olimpíadas e as Paralimpíadas de 2016 a outros megaeventos acontecidos na cidade, a linha do tempo subdivide-se nos três eixos de pesquisa do projeto Preservação da Memória das Olimpíadas: projetos e ações, possibilitando a consulta nesses níveis temáticos específicos: gate io, Cultura e Cidade.

Seminário “Memória das Olimpíadas: múltiplos olhares” - 05/12/2016

O evento integra o projeto “Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações”. O projeto pretende recuperar, preservar e disponibilizar parte da memória do processo de construção de um projeto de uma cidade olímpica no Brasil, a partir de três eixos temáticos: esporte, cultura e cidade.

Seminário “Memória das Olimpíadas: múltiplos olhares” - 06/12/2016

O evento integra o projeto “Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações”. O projeto pretende recuperar, preservar e disponibilizar parte da memória do processo de construção de um projeto de uma cidade olímpica no Brasil, a partir de três eixos temáticos: esporte, cultura e cidade.

Seminário “As Olimpíadas vão ao cinema” - 23/03/2016

De março a junho de 2016, ano das Olimpíadas do Rio de Janeiro, a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), em conjunto com o Laboratório de Estudos dos Esportes da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC-FGV), promoveu o evento “As Olimpíadas vão ao cinema: ciclo de filmes e debates”.

Livro “Memória das Olimpíadas no Brasil: diálogos e olhares” - vol I

O livro integra o projeto “Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações”. O projeto pretende recuperar, preservar e disponibilizar parte da memória do processo de construção de um projeto de uma cidade olímpica no Brasil, a partir de três eixos temáticos: esporte, cultura e cidade.

Livro “Memória das Olimpíadas no Brasil: diálogos e olhares” - vol II

O livro integra o projeto “Preservação da Memória das Olimpíadas: processos e ações”. O projeto pretende recuperar, preservar e disponibilizar parte da memória do processo de construção de um projeto de uma cidade olímpica no Brasil, a partir de três eixos temáticos: esporte, cultura e cidade.